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Hortas escolares

Público·14 membros

EP.013 Porque a horta deve ser uma construção coletiva?



A Horta Escolar como Semente do Saber: Por Que a Construção Coletiva é Fundamental


A implantação de uma horta escolar é, sem dúvida, uma iniciativa valiosa. Ela pode ser um laboratório vivo de biologia, um espaço de prática matemática, uma fonte de inspiração para a escrita é um estímulo à alimentação saudável. No entanto, o verdadeiro potencial educativo desta horta não está no produto final  os legumes e verduras colhidos , mas sim em todo o processo de sua construção. Uma horta imposta ou terceirizada, entregue "pronta" à comunidade, corre o sério risco de se tornar apenas mais um objeto de consumo, perdendo sua potência transformadora. O aprendizado significativo brota quando a horta é concebida, planejada e construída coletivamente por professores, alunos e pais, passo a passo.


1. Do Consumo à Autoria: Aprendendo Fazendo


Quando uma empresa ou grupo externo constrói a horta, a relação da comunidade escolar com ela é passiva. Os alunos veem um canteiro pronto e, posteriormente, colhem seus frutos. É uma relação de consumo, similar a comprar um legume no supermercado. O conhecimento é transmitido, não construído.


Já o processo colaborativo transforma consumidores em autores. Ao participarem de cada etapa  desde a escolha do local e a pesquisa sobre quais espécies plantar, passando pela marcação dos canteiros, pela preparação da terra, pelo plantio das mudas e pela rega , alunos, professores e pais internalizam uma série de conhecimentos complexos e interdisciplinares. A matemática aparece no cálculo da área do canteiro; a ciência, no estudo do solo e do ciclo da vida; a linguagem, na pesquisa e no registro do processo; a geografia, na análise do clima e do ambiente. Esse "fazer junto" transforma conceitos abstratos em realidade tangível, gerando um aprendizado profundo e duradouro.


2. O Cultivo de Valores e do Sentimento de Pertencimento


A construção coletiva vai muito além do conteúdo curricular. Ela é um exercício prático de cidadania, cooperação e responsabilidade.


  Responsabilidade: Quando uma criança cavou o buraco e plantou a semente, ela se sente genuinamente responsável por aquela vida. A rega e os cuidados deixam de ser uma tarefa obrigatória e tornam-se um ato de cuidado genuíno.

  Trabalho em Equipe: Alunos, professores e pais trabalham lado a lado, quebrando hierarquias tradicionais. Todos sujam as mãos, todos contribuem com suas habilidades. Isso fortalece os laços da comunidade e ensina o valor do esforço compartilhado.

  Pertencimento: O que é construído com suor e dedicação passa a ser valorizado e respeitado. A horta deixa de ser "a horta da escola" e se torna "a nossa horta". Esse sentimento de pertencimento é a maior proteção contra possíveis vandalismos ou negligências, pois a comunidade se vê como cuidadora daquele espaço.


3. O Papel de Cada Um na Construção do Conhecimento


O passo a passo colaborativo permite que cada agente contribua de forma única:


  Professores: Atuam como mediadores do conhecimento, guiando as pesquisas, relacionando as atividades práticas aos conteúdos das disciplinas e estimulando a curiosidade.

  Alunos: São os protagonistas. Suas mãos na terra, suas dúvidas, suas descobertas e até seus erros (que são ótimas oportunidades de aprendizado) são o motor do projeto.

  Pais e Familiares: Muitos possuem saberes tradicionais sobre plantio, compostagem e colheita, herdados de gerações anteriores. Sua participação valoriza esse conhecimento não-formal e integra a família ao projeto pedagógico, criando um diálogo entre a escola e a comunidade.


3. Mais Importante que a Colheita, é a Semeadura


O objetivo final de uma horta escolar não deve ser apenas a produção de alimentos, mas o cultivo de conhecimentos, valores e relações. Uma horta pronta oferece produtos para consumir; uma horta construída pela comunidade oferece experiências para assimilar.


O ato de semear, literal e figurativamente, é onde reside o verdadeiro aprendizado. É no planejamento conjunto, no preparo da terra com as próprias mãos e na expectativa pelo crescimento que se plantam as sementes mais importantes: as do pensamento crítico, da responsabilidade ambiental, do trabalho coletivo e do cuidado. Colher os vegetais será apenas a celebração de uma longa e rica jornada de aprendizado, cujos frutos verdadeiros  educacionais e humanos  já estão internalizados em cada um dos participantes.


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